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Sem rumo na economia, Bolsonaro costura arranjos frágeis e mantém rota de colisão com Guedes

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A falta de rumo do presidente Jair Bolsonaro na condução da política econômica de seu Governo tem produzido crises periódicas, a conta-gotas. A emergência sanitária do coronavírus aprofundou os titubeios de Bolsonaro em relação à política de seu ministro Paulo Guedes num momento em que o presidente começa a ouvir outros conselheiros econômicos, mas não parece, ainda, decidido a rifar o economista que o ajudou a chegar ao poder. Auxiliares do mandatário dizem que, ainda nesta semana, ele deverá fazer declarações públicas para demonstrar que há unidade de pensamento entre o Planalto e a Economia. Ainda que o faça, será como usar um esparadrapo para conter uma hemorragia. O motivo é que os impasses de fundo permanecem. Em jogo está a manutenção do teto de gastos públicos, uma promessa de Guedes que parece cada vez mais sob ameaça se não houver novos impostos ―algo a que Bolsonaro e boa parte de seus aliados se opõem. Está em jogo também, e principalmente, o financiamento do Renda Cidadã,

Cientistas alertam sobre evidências “avassaladoras” de transmissão de coronavírus por via aérea

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Enquanto os cientistas alertam que o risco de pegar covid-19 em ambientes fechados pode ser quase vinte vezes maior do que ao ar livre, as autoridades continuam a reduzir a capacidade de instalações fechadas e ambientes externos na mesma proporção, como se o perigo fosse o mesmo. Fecham parques, abrem bares . Esses exemplos servem para ilustrar o impacto de uma carta recém-publicada pela revista Science , na qual um grupo de cientistas e médicos explica a importância de serem tomadas medidas para combater os contágios transmitidos por via aérea. Ou seja, ajustar as máscaras e melhorar a ventilação para evitar que alguém respire e se infecte com as partículas contagiosas que se acumulam suspensas quando o ar não está fluindo. Além disso, e quase ao mesmo tempo, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, atualizaram suas diretrizes para finalmente reconhecer o papel que o contágio pelo ar desempenha. No Brasil, 146.675 pessoas morreram e um total de 4.927.235 foram

“Foram vidas que não voltam mais”, diz liderança Terena que perdeu parentes para a covid-19

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[video src="https://vdmedia.elpais.com/elpaistop/multimedia/202010/5/20201005172923373_1601929995_video_1800.mp4" poster="https://cloudfront-eu-central-1.images.arcpublishing.com/prisa/FDVEEISC5ZHFBNQDBPVX476APM.jpg"] A região de Aquidauana concentra maior incidência de mortes de indígenas pela covid-19 no Mato Grosso do Sul. Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, 58 indígenas infectados pelo coronavírus morreram no Estado, 26 deles só nesta região. Ali, o povo Terena enfrentou, entre agosto e setembro, uma face dura da pandemia . “Foram vidas que não voltam mais, que não têm mais retorno. Os anciãos que a gente perdeu são a nossa história. E agora?”, afirma a liderança indígena Alcery Marques Gabriel. A situação crítica atraiu profissionais do Médicos sem Fronteiras, que iniciaram atendimento com clínicas móveis, com profissionais da saúde realizando visitas domiciliares. O perfil desse trabalho, iniciado há mais de um mês, mudou com o arrefecimento do con

EL PAÍS entrevista a candidata da Rede à prefeitura de São Paulo, Marina Helou

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A deputada estadual Marina Helou ( Rede ) é a entrevistada desta terça-feira (6) na série de entrevistas transmitidas ao vivo pelo EL PAÍS Brasil com os candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano. Formada em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a candidata da Rede, de 33 anos, quer trazer uma perspectiva feminista e antirracista para a cidade e combater as desigualdades sociais . Mais informações A candidata prometeu que, caso eleita, terá um secretariado que tenha 50% de mulheres e 50% de pessoas negras. Helou participou do programa RenovaBR e ajudou, em 2018, a fundar o movimento Vote Nelas de ampliação da participação feminina na política. A candidata da Rede deve buscar os votos da centro-esquerda. Quase sem tempo de TV, a legenda vai apostar na campanha na Internet e nas ruas, apesar das limitações da pandemia. A entrevista terá transmissão ao vivo a partir das 11h30 no site do jornal e nos perfis no YouTube e no Facebook . No pr

De branco para negro e de negro para branco, as eleições mudam declaração de raça dos candidatos

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Moema Gramacho protesta contra Michel Temer, em Brasília, em maio de 2016. Eraldo Peres / AP Mais informações Há alguns anos, o Tribunal Superior Eleitoral pede aos candidatos que declarem a cor de sua pele. Não é uma pergunta pouco frequente no Brasil, um dos países mais mestiços do mundo. Quando um estrangeiro tira o cartão do SUS , ele também deve detalhar se é preto, pardo, branco, indígena ou amarelo. O surpreendente é que a resposta pode mudar com o tempo, como mostram as eleições municipais de novembro. Mais de 42.000 candidatos que disputam a reeleição para prefeito ou vereador declararam uma raça diferente daquela afirmada em 2016. As mudanças vão em ambas as direções. Alguns se consideram mais negros; outros mais brancos. No último dia 3 de outubro, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu a adoção da cota financeira para candidatos negros já a partir das Eleições de 2020. Com isso, os partidos terão que repartir a verba do fundo eleitoral de acordo com a proporção dos candidat

O horror da fome ronda a família de Marlúcia diante do impasse sobre o auxílio emergencial

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Maria Marlúcia de Souza tem 37 anos, sete filhos e um futuro nebuloso pela frente. Nos últimos meses, em meio à crise intensa causada pelo coronavírus , ela viveu um alento: o auxílio emergencial colocou carne na mesa da família. No entanto, enquanto o Governo segue mergulhado nas incertezas que rondam o futuro do novo Bolsa Família , ela tem outra preocupação: o medo da fome . “Ô meu Deus, como é que vai ser a nossa vida no ano que vem? Logo agora que tava melhorando”, lamenta, enquanto lava roupa na casa onde mora com mais oito pessoas, na periferia de Fortaleza, no Ceará. Marlúcia é um exemplo da angústia vivida por milhões de brasileiros diante do fim previsto dos pagamentos do benefício, em dezembro. De acordo com a pesquisa Pnad Covid do IBGE, o auxílio emergencial chega a 29,4 milhões de lares - o equivalente a 43% dos domicílios dos país. Nos Estados mais carentes, no Norte e Nordeste, o percentual é ainda maior, ultrapassando os 45%. Marlúcia engravidou pela primeira vez aos

Vetinflix, a paródia cearense de “La Casa de Papel”, alça jovens da periferia a ídolos de Fortaleza

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Polegar em riste, cabelo na régua, sobrancelha riscada, bigode fininho. Um jeito de andar com uma malemolência própria, bermuda estilo surfista e chinela nos pés. Uma linguagem recheada de gírias que podem soar pouco compreensíveis nas aforas da periferia de Fortaleza . “Vai ser sal”, dizem ao se referir a algo que vai dar muito certo, que vai ser incrível. A expressão pode servir para uma entrevista marcada num conjunto habitacional “que nem CEP tem”, uma batalha de passinho ou para uma festa em tempos normais que abrace do brega-funk ao reggae e forró de favela. Este é universo do “vetim” ― o jovem da quebrada da capital cearense que vive sendo abordado pela polícia (e passando pelo baca ou baculejo, que é a revista policial) mais por sua aparência do que por qualquer suspeita efetiva. “ Pirangueiro é como as pessoas veem a gente, é aquele que faz coisa errada, que rouba nas áreas. O vetim é o que a gente é. Vem de pivete (pivetinho, pivetim, vetim ), daquele que está só fazend

A encíclica “laica” do papa Francisco

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Papa Francisco conduz sua oração do Angelus dominical da janela de seu escritório com vista para a Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano. Riccardo Antimiani / EFE Antigamente os papas costumavam escrever suas encíclicas dirigidas à Igreja e sobre problemas internos do catolicismo. Hoje o papa Francisco acaba de publicar sua nova encíclica que pode ser chamada de “laica” porque ultrapassa os limites do puramente religioso para enviar uma carta ao mundo confuso de hoje, que se debate entre a modernidade raivosa das ... Faça seu login para seguir lendo Saiba que já pode ler este artigo, é grátis Obrigado por ler o EL PAÍS

Morre Zuza Homem de Mello, mestre e memória do encanto musical

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Apaixonar-se pela música brasileira é fácil, difícil é mergulhar a fundo como o jornalista e pesquisador musical Zuza Homem de Mello o fez em sua vida. Zuza fez do seu trabalho uma poesia e sua partida não poderia ter sido mais simbólica. Morreu aos 87 anos dormindo, nesta madrugada de domingo, em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Ele morreu dormindo, de infarto, após termos brindado na noite de ontem todos os projetos bem sucedidos”, escreveu em um post no Instagram sua companheira por 35 anos, Ercília Lobo, que assina o post junto com filhos e netos. Na noite anterior, Zuza celebrava a biografia de João Gilberto que havia terminado , mais uma história narrada pelo pesquisador e musicólogo, autor de livros como Copacabana, a trajetória do samba-canção (1929-1958) , A era dos festivais, uma parábola , e A Canção no Tempo , em co-autoria com o historiador Jairo Severiano, com dois volumes que perpassam a música brasileira de 1951 a 1957, e de 1958 a 1985. Nessas du

Escolha de civil para dirigir o INPE e monitorar queimadas surpreende, mas não tranquiliza cientistas

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O Governo Bolsonaro decidiu nomear o engenheiro Clezio Marcos De Nardin para a diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) , responsável pelos sistemas de monitoramento de desmatamento na Amazônia, pelos próximos quatro anos. A nomeação surpreendeu a comunidade científica, mas não a ponto de fazê-la respirar aliviada. A expectativa era que o diretor interino, o militar reformado Darcton Policarpo Damião ―à frente da entidade desde a barulhenta saída do cientista Ricardo Galvão em 2019―, assumisse definitivamente o cargo, mesmo havendo um processo de seleção formal aberto. O motivo é a cruzada que o vice-presidente general Hamilton Mourão , que lidera o plano contra a devastação ambiental no Governo, vinha empreendendo contra o INPE. A queda de braço, com o Governo negando os dados de desmatamento e focos de incêndio apontados pelo órgão, levou à saída de Ricardo Galvão em agosto do ano passado. Desde então, era Damião quem respondia pelo órgão. Em julho, o Governo

Mandetta expõe presidente difícil de moderar e um excesso de cálculo político nas decisões da pandemia

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Cerca de um mês antes de terminar a quarentena laboral que lhe foi imposta após ser demitido do Ministério da Saúde, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta publica um longo depoimento sobre os bastidores políticos dos 90 dias que liderou o combate à crise do novo coronavírus , incluindo detalhes da fritura pública que sofreu diante das divergências com o presidente Jair Bolsonaro. No livro Um paciente chamado Brasil, o ex-ministro traz uma visão interna do funcionamento do Governo Bolsonaro durante a crise. Revela um presidente difícil de ser moderado e mostra como teorias da conspiração (nessa visão, o vírus fazia parte de um plano da China para derrubar governos de direita da América Latina), cálculos eleitoreiros e conflitos com o Palácio do Planalto influenciaram as decisões políticas que culminaram na omissão federal para conter a epidemia no país ― que já soma mais de 145.000 mortos. Mandetta abre pela primeira vez os números com os quais trabalhava no início da crise: o Ministé

Márcio França: “Minha vitória em SP carimba uma derrota no Doria, que não seria mais candidato à Presidência”

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O candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo, Márcio França , tenta escapar de rótulos e conflitos para angariar eleitores nas eleições municipais. Se nas eleições de 2018 França se colocou como um nome mais à esquerda do que João Doria (PSDB) e chegou a atrair o voto de parte do eleitorado petista, neste ano ele deu acenos a Jair Bolsonaro , elogiando algumas políticas do Governo Federal de olho no eleitorado conservador de São Paulo. Em entrevista ao vivo ao EL PAÍS, parte de uma série do jornal com os postulantes ao comando da maior cidade do país, França afirmou que não tem problemas em se relacionar com Bolsonaro. “Estou com preguicinha desse estilo que está na moda de ficar brigando com um e outro, porque respeito o processo eleitoral. O presidente goste ou não é o Bolsonaro”, afirmou nesta sexta-feira. O candidato disse, no entanto, que não tem afinidade com o presidente e que, se eleito, manterá um diálogo institucional republicano, mas não uma aliança. Na percepção do candidat